A Academia Barreirense de Letras (ABL) trás um resumo do resultado final do Encontro Estudantil de Arte e Cultura 2022, da Rede Estadual de Educação do Território da Bacia do Rio Grande formado por 14 municípios.
Durante dois dias uma programação especial reuniu em Barreiras estudantes e profissionais da educação da região, com apresentações em diversas formas de arte e linguagens, através de produções autorais selecionadas nas escolas de origem.
A Academia participou com os confrades Théo de Araújo e Valney Rigonato na condição de jurados. “Vimos um trabalho admirável como resultado dos projetos executados”, afirmou Rigonato, que é presidente da entidade, parabenizando todos os envolvidos.
Os primeiros colocados foram premiados com certificados oferecidos pela Secretaria de Educação da Bahia e exemplares da antologia poética Bardos Baianos da editora Cogito, oferecidos pela ABL. Na sequencia divulgamos o resultado de cada uma das modalidades concorrentes.
Com o vídeo de curta metragem “Prisão Mental”, os estudantes Antônio Isac de Oliveira Lima, André Luís Oliveira Clemens e Riquelmy Souza dos Santos conquistaram o primeiro lugar no PROVE (Projetos de Produção Visual Estudantil).
Em Educação Patrimonial e Artística (EPA), foi classificada o trabalho ‘Agropecuária de Wanderley’, dos estudantes Giselly Andrade de Matos, Jamily Alves de Sena, Kayk Ronald Jesus da Cruz Santos, Marcos Porto Conceição, Paula Mirelly Souza Matos, do Colégio Estadual Antônio Inácio de Oliveira, de Wanderley.
Na modalidade Artes Visuais Estudantis (AVE) três obras tiveram destaque. Do Colégio Estadual Antônio Inácio de Oliveira, do estudante Danilo Conceição dos Santos “Olhem-me”; Do CETEP - Santa Rita de Cássia, da estudante Sarah Victória da Silva Vaz, “O Ventre da Pátria Mãe” e do Colégio Estadual Veronildo Mendes Pereira , a obra “Cultura da gente” da estudante Mikaela Rodrigues Kochhann.
No Festival Estudantil de Teatro (FESTE) o primeiro lugar ficou com o Colégio Estadual El Shadai,de Barreiras, com a peça “Violência contra a mulher”, das estudantes Anna Clara Castilho Ferreira, Jaqueline da Silva Xavier, Tamires de Brito da Silva, Wendy Silva Queiroz.
Já o Festival Dança Estudantil (DANCE) teve como ganhador o Colégio Estadual Mimoso do Oeste, com a Coreografia Viúva Negra”, dos estudantes Álvaro Carvalho Fernandes Barbosa e Andressa Nascimento Marques de Jesus.
O Coral COM, do Colégio da Polícia Militar Alexandre Leal Costa, ficou na primeira colocação no Encontro Estudantil de Canto e Coral (ENCANTE) , com a participação dos estudantes Maria Eduarda de Amorim Pires, Julia Gabrielle Reges dos Santos, Davi Pierre de Castro, Glenda Sther Porto Santana, Laura Isabel Oliveira Batista, João Vitor Silva Forte, Maria Clara Carneiro de Souza, Danielle Palmeira dos Reis e Pedro Henrique Piganata Silva.
No Festival Anual da Canção Estudantil (FACE) este ano, a música “Borborema”, da compositora e intérprete Sarah Bianca de Oliveira Pacheco, do Colégio Estadual Herculano Faria, de Barreiras, se consagrou vencedora deste ano no Festival Anual da Canção Estudantil (FACE).
Também o projeto Tempos de Arte Literária (TAL) revelou novos talentos regionais. “ÀS VEZES EU, TALVEZ EU...” do estudante Murilo Vinicius Santos Oliveira do Colégio Estadual Professor Manoel Macedo Cirilo, de São Desidério. “REFLITA– ME”, da estudante Hellen Kauyssa Macedo Pires, do Colégio Estadual Antônio Inácio de Oliveira e “A VIDA E A VIDA”, da estudante Dhucily Santos Oliveira, do Colégio Estadual da Polícia Militar – Alexandre Leal Costa.
Na sequencia os poemas selecionados para a final:
Colégio Estadual Manoel Macedo Cirilo
Título da Obra: “Ás vezes eu, talvez eu...”
Estudantes: Murilo Vinicius Santos Oliveira
Às vezes sou voz sem corpo
Às vezes me sinto corpo sem alma
Às vezes moleque, menino, um louco
Outras vezes um sábio de voz calma
Talvez em minhas andanças
Eu tenha deixado amargas pegadas
As pessoas que me vêm nas lembranças
Não posso voltar para buscá-las.
Às vezes que queria tudo diferente
Que alguém pensasse em me enxergar
Lembrasse que sou humano e sou gente
Que os erros nos fazem melhorar.
Às vezes nem eu sei quem sou
As oito décadas que me acompanham
Não condizem com a época em que estou
Talvez antecedentes até já me chamam...
Para junto dos que me amam!
Em toda a minha jornada
Teria deixado os tantos “talvez”
Vivido mais, amado mais, não fugido enfim!!
Pois o tempo não volta outra vez;
E a vida não é meio termo, é tempo:
Começo, meio e fim!
Às vezes sou voz sem corpo
Às vezes me sinto corpo sem alma
Às vezes moleque, menino, um louco
Outras vezes um sábio de voz calma
Sou o menino de ontem
O homem de hoje
E o senhor de amanhã
Sou tempo que rasteja ao vento
Sou o perdão que perdura, o amor que atura
Às vezes sim, talvez não.
Colégio da Polícia Militar – Alexandre Leal Costa
Título da Obra: “A vida e a vida”
Estudantes: Dhucily Santos Oliveira
Quando você perde o jeito
Se desmonta inteiro
Perde até o cheiro
De quem lutou tanto para ser
No fim resta o desmantelo
A garrafa vazia para preencher
Tudo que fingia ser
Agora aprenderá a viver
Hoje Joaquim
Amanhã Quincas
Um homem de honra
Outro homem de bebida
Existe morrer duas vezes
Para sua filha, com certeza
Quincas não era seu pai
Já o tal Joaquim sim
Objeção dos desejos alheios
CEAIO - Colégio Estadual Antônio Inácio de Oliveira
Título da Obra: “Reflita– me”
Estudante: Hellen Kauyssa Macedo Pires
A você que me escuta
Achando que falo tolice
Me diga com sua conduta
Por que racismo é burrice?
Cadê Marielle Franco que a história esqueceu?
Aconteceria o mesmo se fosse um branco burguês?
Das lutas de Luther King
Aos ensinamentos de Gandhi
Com Nelson Mandela aprendemos
A lutar contra desmandos
O silêncio tira a glória.
Cadê Zumbi dos Palmares nas páginas de nossa história?
Além da escravidão
Processo muito cruel
Registrar a Chica da Silva
Com sexualidade e sem véu.
Mostra um interesse
Escrever a história do negro
Em rascunhos de papel.
Meu caro ouvinte
Aqui te chamarei de amigo
Falar da literatura sem apresentar conflitos
É mostrar uma escrita
Sem a Conceição Evaristo.
Nada de negação
Nada de vitimismo
Tire seu preconceito
Abra seu juízo
Aqui em nossa Bahia
Há forte miscigenação.
Mistura de cores e ritmos
Motivo de celebração.
Todo dia é dia de repetir
O que a cantora brasileira
Saudosa Elza Soares, dizia toda faceira
A carne mais barata do mercado
É a carne negra.
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